Capítulo 38
CAPÍTULO 38
NATHAN'S PARTY
Ponto de Vista: Lucy
Party!
Finalmente o dia da festa de Nathan Sykes havia chegado e quase
não podia controlar minha ansiedade para isso.
Tudo foi feito com bastante pressa, mas nem por isso sem cuidado,
pois nós dois somos extremamente perfeccionistas.
O local que escolhemos foi o Curve Of A Body, de letras neon
vermelha, tijolos e pequenas bolas de luzes branca.
As garotas não eram magras, sem bundas, sem peitos. Eram
preenchidas, brancas, de lábios grossos, olhos grandes, com cara de ninfas.
Falando assim pareço um macho! Mas fiquei realmente encantada.
Contratamos DJ, barmen pagamos por fora, assim como as dançarinas.
Fora as roupas, sapatos, perucas. No final o gasto foi considerável, mas as
ideias fluíam das nossas cabeças nesses últimos dias. Ligávamos de madrugada se
sonhássemos com algo de interessante sobre o assunto.
– Vai dormir em casa? – mamãe perguntou ao me deixar na frente do
bordel.
– Não. – respondi fechando a porta e olhando-a pela janela – Acho
que vou para casa dele, só devo voltar amanhã à tarde, ou à noite... Não sei.
– Tudo bem! – ela sorriu simpática – Se cuide e me ligue! Não me
obrigue a lhe dar sermões de como se faz sexo seguro, dona Lucy Mason!
– Mããe! – exclamei manhosa – Boa noite!
Falei por último, lhe mandando um beijo no ar e me desencostando
do carro para que ela fosse em frente.
Comecei a andar em direção ao grande estabelecimento e não saía
som algum de lá de dentro. Arrumei meu vestido vermelho tomara que caia de
formato v nos seios, grudado ao corpo, mexi meus pés no asfalto com um salto
scarpin meia-pata preto, e dei uns últimos retoques nos cabelos soltos que
caíam pelas costas, com cachos nas pontas. Fui caminhando sorrindo, vendo de
longe o carro de Nath estacionado junto a outras pelo decorrer da parede.
Tirei uma fita preta da minha bolsa de mão. No meio dos presentes
que eu já havia dado hoje mais cedo, tinha um que fiz à tarde e ainda não tinha
visto. Amarrei a fita no pescoço, deixando o laço para trás. Tudo ficaria muito
brega, mas por sorte meus cabelos cobriam.
Retirei o convite entregando a uma mulher que vi constantemente
pela semana, irmã da dona do lugar. Uma ruiva de olhos verdes, que lembravam
aquelas cortesãs antigas.
Sorri simpaticamente para ela que me reconheceu e disse:
– Ele já esta lá dentro.
Confirmei com a cabeça e me despedi. O som, antes inaudível,
invadiu meus ouvidos, passando ondas elétricas pelo meu corpo, já empolgado com
a quantidade de pessoas que havia a minha frente.
Garotas e garotos, conhecidos e estranhos, com seus copos de
bebidas, socializando-se como deve ser em uma festa. Beijos, abraços e piscadas
de olhos insinuantes. Dançarinas de espartilhos com seus rostos sedutores,
adolescentes olhando-as admirados. Barmen de camisas regata azul navy, com seus
braços musculosos. Garçonetes de pernas de fora que, se você pedisse, poderia
enrolar com a própria língua a haste de uma cereja. Um pequeno palco e uma DJ
de cabelo loiro prateado, roupa brilhosa em preto, deixando tocar Bass Down
Low, da Dev:
(Nota da autora: coloque para tocar http://www.youtube.com/watch?v=OOAMfUJ3tsc)
If you
wanna get with me there’s some things you gotta know, I like my beats fast and
my bass down low
Se você quiser ficar comigo tem umas coisas que você precisa
saber, eu gosto de batidas rápidas e do meu baixo lá embaixo
Procurei o Nath com certa ansiedade, e lá estava ele, com seu
sorriso, me encarando, esperando que percebesse sua presença. Caminhei em meio
aos outros, tentando manter a pose de que gente burra que fica no caminho não
atrapalha a passagem. E finalmente analisei-o quando pôs seu corpo de pé para
me receber, sua calça skinny jeans claro, seu sapato preto assim como sua
camisa que era de botões. Dificilmente eu o via de preto, e aquilo o deixava
realmente sexy.
Poderia fazer coisas em cima daquela bancada...:
– Você está linda! – ele disse sorrindo e passando seus braços
viciantes em minha cintura.
Senti sua boca encostar-se a minha, seguida de sua língua que logo
me acariciou por dentro.
– Parabéns! – sussurrei partindo o beijo e mexendo meus dedos na
abertura em v de sua camisa, sentindo sua pele quente.
Nath sorriu carinhosamente, voltando a se sentar:
– Uma batida de morango sem álcool, por favor. – ele pediu para
mim, enquanto me encaixava entre suas pernas – Isso é uma fita? – Nath me olhou
curioso, tentando tocar no que estava em meu pescoço.
– Sim. – concordei com a cabeça e fiquei de costas para ele,
afastei meus cabelos deixando o laço a mostra, Nath tocou-o de leve – Mais um
presentinho bobinho. – falei tentando disfarçar a ansiedade.
Nath desfez o laço e senti-o cair em minha pele, tirei minhas mãos
de meus cabelos, deixando-os para frente, e as coloquei sobre as pernas dele
que se fecharam em minhas coxas. Ouvi seu sorriso em meu ouvido e o ar saindo
de sua boca até encostar em minha nuca, fazendo-me arrepiar:
– Uma tatuagem? – seu tom de voz animado me fez relaxar.
– Uhum! – concordei – É de rena, por enquanto...
Então sua boca tocou a pequena tatuagem com um ‘N.’ fazendo-me
ficar calada, apenas aproveitando seu toque. Em seguida Nath virou-me para frente,
arrumando meu cabelo na posição normal:
– Obrigado. – ele disse sedutoramente sincero, com nossos rostos
próximos.
– HEY NATHAN! PARABÉNS! – um garoto passou gritando e arrastando
uma menina para as partes mais escuras do lugar.
Sorri do proveito que as pessoas tiram nessas festas.
– Vamos dançar? – perguntei acabando de tomar alguns goles do
drink que ele tinha me pedido.
– Claro! – ele concordou deixando a sua com cheiro de limão de
lado.
Dei espaço para Nath se levantar, indo para perto da DJ, que
deixava tocar Chew Me Up and Spit Me Out. Instintivamente rimos de um para o
outro. Algumas pessoas nos olhavam reconhecendo o ‘dono da festa e sua
namorada’.
(Nota da
autora: coloque Chew Me Up and Spit Me Out
agora http://www.youtube.com/watch?v=_kFV7JrHR6w).
Fiquei de costas para ele, deixando nossos corpos próximos o
suficiente para o contato ir além do que um simples abraço. Ao mesmo tempo
seguíamos a música com nossos quadris, minha cabeça encostada em seu peito e a
sua inclinada para frente, dando-me liberdade de ouvir sua voz, misturada com a
minha e a de Gabe Saporta, com a letra bem interessante:
Count
one, two, three
You got
me on my knees
And
there's blood on the ground
You keep
me hanging around the crime scene
Here's my
heart tonight
Go on and
take a bite…
Conte um, dois, três
Você me tem de joelhos
E há sangue no chão
Você me mantém em torno da cena do crime
Aqui está o meu coração esta noite
Vá em frente e dê uma mordida...
Seus braços se soltaram de mim, permitindo maior movimentação para
nós dois. Eu descia e subia nele com certa intimidade mesmo que nunca
tivéssemos feito isso antes, não desse jeito.
And chew
me up
I just
want a taste when you spit me out
And put
me in my place
So chew
me up and spit it on your face tonight
I give
myself to you
Nothing
left to lose
Well you
chew me up cause baby all i want is you
Tonight
E me mastigue
Eu só quero o sabor de quando você me cuspir fora
E me colocar no meu lugar
Então me mastigue e me cuspa em seu rosto esta noite
Eu me entrego a você
Nada a perder
Bem, você me mastiga, porque tudo que eu quero é você baby
Hoje à noite
Fiquei de frente para ele, nossas pernas se encaixaram e descemos
aos poucos, minhas mãos em seus braços, as suas em minhas coxas. No meu rosto
um sorriso provocador, no dele um tentador. Nos desgrudamos novamente, cada um
dançando do seu jeito:
Set six of six (?)
I got to
get my fix
You gotta
get me off
Am I good
enough for your kiss
Cause
here's my heart tonight
Go on and
take a bite...
Definir seis de seis (?)
Eu tenho que me satisfazer
Você tem que me tirar
Eu sou bom o bastante pro seu beijo?
Pois aqui vai o meu coração essa noite
Vá em frente e dê uma mordida...
Nath era o garoto mais desajeito que eu conhecia, mas quando ele
queria dançar para impressionar sabia fazer isso perfeitamente. Meus pés, não muito
acostumados com saltos, fizeram o favor de não me trair, favorecendo-me a
mexer-me da maneira mais sensual e descontraída que meu vestido permitiu.
Novamente suas mãos estavam na minha cintura, deixando-nos juntos
e cantando o final do refrão mais uma vez, vindo outra parte logo em seguida:
And
you're the stuff dreams are made of
Take a
bite and taste my true love
E é de você que sonhos são feitos
Morda e prove meu amor verdadeiro
Nathan sorriu ironicamente com a última frase.
It's out
of sight and you know it's alright
So chew
me up, spit me out, take me at the bottom of my love…
Está fora da vista e você sabe que está tudo bem
Então me mastigue, cuspa, me leve para o fundo do meu amor
Nossas bocas roçavam uma na outra e nenhum dos dois caia na tentação
de deixar as duas se satisfazerem... Era um jogo para ver quem resistia mais:
And chew me up
I just
want a taste when you spit me out
And put
me in my place
So chew
me up and spit it on your face tonight
I give
myself to you
Nothing
left to lose
Well you
chew me up cause baby all i want is you
Tonight
E me mastigue
Eu só quero o sabor de quando você me cuspir fora
E me colocar no meu lugar
Então me mastigue e me cuspa em seu rosto esta noite
Eu me entrego a você
Nada a perder
Bem, você me mastiga, porque tudo que eu quero é você baby
Hoje à noite
Só no fim deixamo-nos aproveitar. Nath e eu sorrimos como se
aquilo fosse um processo cansativo:
– Precisamos fazer isso mais vezes. – ele sussurrou em meu ouvido,
antes de receber um selinho meu.
– Pensava que vocês iam se comer a qualquer momento! – ouvi a voz
do Tom e viramo-nos.
– Criança intrometida! – Vicky resmungou cruzando os braços. Nath
passou o braço em minha cintura, enquanto riamos dos dois que haviam chegado de
repente.
Tom estava de camisa branca e uma jaqueta preta, sua calça era
skinny escura, assim como seus sapatos, da mesma cor da camisa, só que com um
branco meio encardido de usado. Vicky estava com um vestido preto colado ao
corpo, um pouco mais curto que o meu, já que a parte de cima dele era mais
coberto, pois um dos braços tinha uma manga tamanho baby look justa, e outro
era descoberto, deixando uma parte do colo a mostra. Seu salto era um peep toe
azul marinho, realmente lindo! Seus cabelos estavam soltos.
– Vamos sair daqui? – falei olhando ao redor e percebendo que
éramos os únicos parados no meio de pessoas dançantes.
Todos concordaram e começamos a andar para as partes de sofás
vermelho escuro, que iam ao redor de uma mesa logo à frente. Esses sofás
ficavam mais para o canto da parede, dando uma ótima visão da pista de dança e
da DJ, perfeito para dia de shows sensuais.
Nath e eu sentamos, Tom e Vicky ficaram em pé decidindo quem
passaria primeiro pelo pequeno espaço até se acomodar. Ela dizia para ele
passar, ele falava que não, primeiro as damas, ela mandava-o deixar de cortesia
e enquanto Nath olhava aquilo um pouco agoniado, sem entender muito, percebi
certa coisa entre os dois.
Logo um sorrisinho surgiu em meu rosto:
– Deixem de frescura! – falei e apoiei meus braços sobre a mesa,
me inclinando para frente – Porque simplesmente o Tom não senta e a Vi fica em
seu colo? Até onde sei – apontei para as mãos deles – O contanto entre as
crianças está uma maravilha.
Tom riu em sequência, Vicky revirou os olhos e Nath, bem...
– Tão namorando? – ele quase gritou no meio do barulho – Tão
namorando? – seu rosto era uma mistura de assustado e feliz – É sério?
Vicky empurrou Tom no sofá e acomodou ao seu lado, cruzando as
pernas e os braços, como se assumir que eles estavam juntos fosse tediante
demais, já o Tom:
– Estamos! – exclamou sem nem ligar para o empurrão que levou –
Finalmente!
Não deixei de rir do “finalmente”.
Ok, esses dois passaram por cada coisa besta que se não se
acertassem logo iam acabar entrando para minha lista de perguntas para Deus.
– Dá para a senhorita enfiar na sua cara de taxo um pouco de
ânimo? – falei observando a expressão preguiçosa de Vicky – Não finja que não
queria isso!
Senti Nathan me cutucar com o cotovelo, sorri tranquila para ele
meio que dizendo ‘relaxa, que eu a conheço’.
– Não era para você estar falando comigo! Estou chateada com você
desde aquela história do hospital! – ela me encarou, fingindo raiva. Tom
observava com um sorriso divertido.
– Se você não quer agradecer o bem que eu fiz na sua vida, tudo
bem... Eu aceito. – fiz voz compreensiva e tudo, mas me virei para o Nath e
cochichei, aproveitando o momento que Vi pegava uma bebida de uma garçonete que
passava – TA NAMORANDO! TA NAMORANDO! TA NAMORANDO!
Nath e eu começamos a gritar e algumas pessoas olhavam para a
gente. Logo Vicky começou a afundar no sofá, tentando esconder o rosto,
enquanto Tom se levantava e acenava para todos.
– É INJUSTO! – Nath gritou do nada, fazendo com que eu e o mais
novo comprometido parássemos de zoar – A atenção deveria ser para mim e não
para os dois! Tinha dia melhor para se entenderem não? – sua voz era revoltada
e totalmente engraçada. No final ele cruzou os braços e fez um biquinho
realmente fofo, que poderia me fazer apertar até seu umbigo.
– Você está pedindo para a gente cantar parabéns? – Tom disse se
sentando e tentando levantar a Vicky, que começou a emendar um canudo no outro,
quase debaixo da mesa.
– Se quiserem... – ele disse tentando disfarçar a vontade louca
que tinha.
– PARABÉNS PRA VOCÊ! – dessa vez foi o aniversariante que se
levantou – NESSA DATA QUERIDA! – e então fiquei em pé em cima do sofá – MUITAS
FELICIDADES! – novamente um monte de gente olhou para nossa cara – MUITOS ANOS
DE VIDA! – e Tom puxou a Vicky pelo braço para ela se levantar – É PIQUE! É
PIQUE! É PIQUE, É PIQUE, É PIQUE! – até as dançarinas pararam de dançar para
cantar parabéns – É HORA! É HORA! É HORA, É HORA, É HORA! – comecei a pular me
segurando no Nath ou levaria uma queda feia com aquele salto – RÁ, TIM, BUM!
NATHAN SYKES! NATHAN SYKES! NATHAN SYKES!
Preciso dizer que a criança ficou com os olhos cheios de lágrima?
Nath levantou os braços e começou a pular, fazendo barulhos com a
boca, eu gritava ‘êêêê’ o mais alto que minha voz permitiu, Tom batia
loucamente na mesa, assim como vários outros vândalos do estabelecimento, e
Vicky apenas ria de tudo, batendo palmas.
Aos poucos as coisas foram se acalmando e Nath, vermelho de
emoção, me ajudou a descer do sofá, assim como Tom gemia por ter feito esforço
com a mão que torceu. Vicky o olhava com cara de ‘bem feito’.
– Vocês conseguiram colocar a câmera para Max ver a festa? – Vicky
perguntou, tentando empurrar o braço de Tom que insistia em ficar na sua
frente, mostrando a parte dolorida. Ela deu um tapa, irritada, e logo ele se
aquietou.
– Uhum! – falei roubando sua bebida, tomando um gole e me
levantando depois – Vou ao banheiro. Vem comigo que te mostro!
Disse isso e Nath, só para me zoar, tentou prendar minhas pernas
enquanto passava por ele, quase me fazendo cair.
Esses garotos são um grande problema!
Vicky e enlaçamos nossos braços para não ter risco de nos
desgrudarmos no meio daquele povo e nos perdermos uma da outra. Subimos uma
escada que levava ao andar de cima, mais reservado, com uma ‘varanda’ para
dentro do próprio bordel, dando liberdade para ver o que acontecia no andar
debaixo.
Entramos no banheiro razoavelmente cheio, muito mais de garotas
que retocavam a maquiagem do que de gente que realmente precisava de um contato
com a bacia sanitária, como eu.
Demoramos quase nada, o suficiente para nos aliviarmos e
retocarmos o batom. Saímos e apontei para uma parte de madeira antiga da
‘varanda’.
– A câmera está presa ali, virada para baixo. – apontei para um
aparelho preto, com uma luz vermelha.
Chegamos mais perto.
– Ah! Aqui é um ótimo lugar para ele ver! – ela disse pegando a
câmera e cutucando.
– Oi, Max! – sussurrei mexendo para ficar em frente a câmera,
depois Vicky se mostrou e começou acenar.
– Mas já conferiu se ele realmente está vendo? – ela perguntou, já
quando descíamos as escadas.
– Aham! Perguntei pelo twitter e ele respondeu dizendo que a
transmissão estava ótima.
Mais uma vez passamos no meio das pessoas e reparamos o que Tom e
Nath faziam:
– Onde vocês arranjaram isso? – Vicky perguntou, inclinando para
frente, enquanto os outros dois estavam muito concentrados no trabalho.
Tom e Nath inventaram de fazer uma torre de taças. A coisa já
estava alta, indicando que havíamos demorado para eles, mas não para a gente.
– Pegamos com um barman com cara de gay. – Tom respondeu,
arrumando uma das pontas da torre.
– Isso não vai dar certo... – cantarolei cruzando os braços e
observando todo o trabalho, Vicky passou o braço na minha cintura, apoiando-se
um pouco e concordando com a cabeça comigo.
– Chatas! – Nath resmungou colocando a penúltima taça – Aposto que
quando colocarmos a bebida de groselha vocês vão ficar dizendo ‘aaah que
lindo!’.
– Quem vai dizer isso é a Lucy! – Vicky fez o favor de falar,
enquanto pisava no seu pé, fazendo-a gemer e depois rir.
– Alguma das duas quer colocar? – Tom perguntou com a torre já
finalizada.
Como ele não era um ser muito alto, a torre batia quase na altura
do seu peito.
– EU!
Vicky gritou, enquanto Nath saía para ela ficar em seu lugar,
pegando a bebida de groselha que era um roxo meio avermelhado, muito fashion.
Cuidadosamente ela depositou o líquido na primeira taça, deixando transbordar
para as duas de baixo e aos poucos todas estavam sendo preenchidas. Eu e Nath
olhávamos admirados, achando interessante, mas ainda achava que não ia dar
certo...
– AÊ! – o garoto ao meu lado gritou assim que tudo ficou pronto e
me segurei para não dizer ‘aaah que lindo!’.
– SOMOS FODA! SOMOS FODA! – Tom começou a pular com o Nath, os
dois enlaçaram os braços e começaram a girar de maneira ridícula. Eu e Vicky
olhávamos, nos divertindo com o mico dos dois. – SOMOS FOD...
– NATHAN!
Gritei.
Tom pisou no pé de Nath fazendo-o perder o equilíbrio e tropeçar
para cima da mesa, Vicky subiu no sofá como quem tivesse experiência para fugir
da desgraça e consequentemente todo o trabalho feito por aqueles três seres foi
por água abaixo sujando toda aquela área de groselha, deixando o cheiro
adocicado no ar.
Tom ria da cara de Nath de quem ia morrer e eu o ajudava a se
levantar, preocupada. Vicky estava chocada demais para expressar qualquer outra
emoção no momento:
– Nem venha dizer ‘eu disse’... – Nath falou emburrado, enquanto
eu olhava com um sorriso debochado no rosto.
– Foi bom enquanto durou! – Tom exclamou de maneira dramática,
pisando em alguns cacos de vidro, Vicky apoiou-se em seu ombro para descer
longe do sofá – Querida, pode pedir para alguém limpar isso?
– Claro senhor! – a garçonete respondeu simpática.
– Desculpe pelo estrago. – Vicky respondeu sem jeito.
– Não se preocupe, é comum acontecer isso! – ela disse sorrindo –
Já volto!
E foi embora com sua bandeja vazia.
– Se esqueceu que estamos num bordel? – sussurrei para minha amiga
– Coisas quebradas sempre aparecem. – dei uma piscadinha para mexer com o lado
podre de sua mente.
(Nota da
autora: coloque Take Me On The Floor agora http://www.youtube.com/watch?v=jEiGbXvF_Rw)
Take Me On The Floor, de The Veronicas, começou a tocar e eu e
Vicky pegamos nossos respectivos garotos pela mão e segundos depois eram eles
que nos guiavam em meio à pista, preparados para seguir cada palavra da música
que poderíamos demonstrar para eles naquela noite.
The
lights are out and I barely know you
We're
going up and the place is slowing down
I knew
you'd come around
You
captivated me, something about you's got me
I was
lonely now you make me feel alive
Will you be mine tonight
As luzes estão acesas, e eu
mal te conheço.
Animação começou e o lugar está começando a ficar lento.
Eu sabia que você viria.
Você me cativou, e algo em você chamou atenção.
Eu estava sozinha, mas agora você me faz sentir viva.
Você vai ser meu esta noite?
Nath agarrou a minha cintura deixando-me falar cada palavra em seu
ouvido. Enquanto ele estava de costas, pude ver o Tom e a Vicky tão encaixados
quanto nós, os dois fieis aos meus pensamentos. O garoto apertava a coxa da
namorada, que tinha as pernas levemente encaixadas nas suas, seus pés os
balançavam, assim como acontecia comigo. Nath virou-me para frente, deixando-me
mais uma vez no dia de costas para ele, o clima estava ficando quente, meu
vestido era curto demais, assim como o pano era fino para a posição. As palmas
da mão dele percorriam meu corpo como se cada deslize fosse uma pausa na minha
respiração. Meus braços levantados e para trás assanhavam seus cabelos,
enquanto meus olhos estavam fechados e eu sentia a sua respiração em meu
ouvido.
Take me
on the floor
I can't
take it any more
I want
you I want you I want you to show me love
Just take
me on the floor
I can
give you more
You kill
me you kill me you kill me with your touch
Me leve para pista
Não consigo mais aguentar
Eu quero, quero, quero, quero que você me mostre amor
Me leve para a pista
Eu posso te dar muito mais
Você me mata, me mata, me mata com seu toque.
Essa música era perfeita para se dançar de várias maneiras:
sozinha, acompanhada e grudada. Não éramos os únicos da pista a escolher a
última opção.
My heart
is racing as you're moving closer
You take
me higher with every breath I take
Would it
be wrong to stay
Meu coração está acelerando, assim que você se aproxima,
Você me leva ao alto, com cada suspiro que eu do,
Seria errado ficar?
Meus pés se movimentaram seguidos do dele, eu queria dançar e
observar os outros dois, queria satisfazer a sensação de que estávamos com as
pessoas corretas, dançando a música correta e que nada disso era sonho, era simplesmente
uma realidade vadia...
One look
at you and I know what you're thinking
Um olhar para você e eu sei o que está pensando
Sorri para mim mesma com essa frase, sabendo exatamente em como
Nathan Sykes pensava.
Time's a
bitch and my heart is sinking down
You turn me inside out
O tempo é uma merda e meu coração está afundando,
Você me deixa aos avessos.
Então Vicky lançou-me um rosto irônico, sabendo que as últimas
palavras encaixavam-se perfeitamente bem a ela.
Take me
on the floor
Me Leve
para pista
E voltei-me para Nath, colocando minhas mãos sobre seu bumbum,
enquanto ele retribuía com alguns dedos ao lado da minha perna, por debaixo do
vestido, acariciando tentadoramente.
I can't
take it any more
I want
you I want you I want you to show me love
Just take
me on the floor
I can
give you more
You kill
me you kill me you kill me with your touch
Não consigo mais aguentar
Eu quero, quero, quero, quero que você me mostre amor
Me leve para a pista
Eu posso te dar muito mais
Você me mata, me mata, me mata com seu toque.
Recebi um selinho seu em seguida meus lábios encaixarem-se entre
seus dentes e Nath os puxou de leve seguidas vezes revezando entre o toque das
nossas bocas e o deslize entre elas.
Just take
me on the floor
I can
give you more
You kill
me you kill me you kill me with your touch
Me leve para a pista
Eu posso te dar muito mais
Você me mata, me mata, me mata com seu toque.
A próxima parte era uma das mais ousadas para mentes fechadas. E
na maioria das vezes um sonho de um homem é ver duas mulheres juntas... Que
seja...
Parecendo entender o que eu queria quando me desgrudei do Nath,
Vicky veio em minha direção assim com fui ao seu encontro, deixando nossos
namorados parados sem reação, exatamente sem entender o que aconteceria:
I wanna
kiss a girl
I wanna
kiss a girl
Eu quero beijar uma garota
Eu quero beijar uma garota
Vicky ficou de costas para mim, e imitamos a posição que segundos
atrás eu estava fazendo com Nath. Sussurrávamos as palavras dando olhares
furtivos para eles que nos observavam admirados, de boca aberta. Minhas mãos
desciam pelo corpo da Vicky sem preocupação dela ser uma garota, ela era minha
melhor amiga, minha irmã, era uma intimidade quase inocente, assim como ela
apoiava-se em minhas pernas que prendiam as suas a cada movimento que fazíamos.
I wanna
kiss a boy
I
wanna...
Eu quero beijar um garoto
Eu quero...
Sorri provocativa olhando para Nath, que rapidamente estampou na
cara um rosto de quem compreendeu dando uma piscadinha engraçada. Vicky ficou
de frente para mim e agora eram as duas que faziam uso das mãos nos corpos
próximos.
I wanna
kiss a girl
I wanna
kiss a girl
I wanna
kiss a boy
I wanna
kiss kiss kiss kiss
Eu quero beijar uma garota
Eu quero beijar uma garota
Eu quero beijar um garoto
Eu quero beijar, beijar, beijar...
E a cada “kiss” que se dizia eu e Vicky dávamos apenas selinhos.
Em seguida começamos a rir quando ouvimos os garotos gritando ‘woooow’ muito
alto. E chamando-os com o dedo falamos os quatro juntos: EVERYBODY KISS! E
todos juntos, um do outro, nos entregamos ao refrão:
Take me
on the floor
I can't
take it any more
I want
you I want you I want you to show me love
Just take
me on the floor
I can
give you more
You kill
me
You kill
me
You kill
me please don't stop
Me Leve para pista
Não consigo mais aguentar
Eu quero, quero, quero, quero que você me mostre amor
Me leve para a pista
Eu posso te dar muito mais
Você me mata,
Você me mata,
Por favor, não pare.
Senti minha cabeça bater na da Vicky quando Tom e Nath, ao mesmo
tempo, decidiram nos beijar. Estávamos de costa uma para outra e com o impulso
fomos para trás. E com isso ficamos agarrando os dois, sem muito pudor, naquele
lugar cheio de pecado. Me sentia cansada pelas danças do dia e parecendo ouvir
minha cabeça, Nathan disse:
– O que acham de agora irmos para minha casa? – ele arrumou a
camisa no corpo.
– Eu ia adorar! – Vicky falou cansada, apoiando-se no Tom, que
passou o braço pala sua cintura, dando um beijo na bochecha.
– Então vamos indo que os saltos me matam! – resmunguei dando as
costas aos outros.
– Espera! – Vicky disse e parei – Vai indo com o Nath, vou beber
alguma coisa... Minha garganta está morrendo. – então abriu a boca, mostrando a
língua, fazendo-nos rir.
– Tudo bem! – Nath respondeu – Até daqui a pouco, no meu carro.
E saímos, deixando os dois andando em direção ao bar, enquanto
íamos para a saída. Meio que nos retiramos a francesa, estilo famoso que foge
de fotógrafo, cobrindo o rosto e tudo. Despedimo-nos da irmã da dona, com cara
de cortesã, e finalmente chegamos a rua. Logo o frio dominou meu corpo,
praticamente descoberto, Nath envolveu minha cintura e disse:
– Tem um casaco no carro. – ele apressou os passos – Vamos!
Concordei com a cabeça, feliz porque algo me aqueceria, e
caminhamos em direção ao automóvel que vi estacionado hoje mais cedo.
O carro foi destravado e me aproximei da porta, abrindo-a.
Coloquei a minha primeira perna para dentro, mas o braço de Nathan me
interrompeu:
– Espera. – falou e logo o encarei.
Sua expressão mudara da divertida que estava minutos atrás na
festa. Retirei a minha perna, apoiando-a novamente no asfalto. Nath me afastou
e fechou a porta. Observei-o curiosa, seus olhos pareciam nervosos e suas mãos,
que tocavam em meus braços, suavam frio.
– Você está bem? – perguntei com medo. Seu rosto não estava dos
melhores.
Será que passava mal?
– Estou. – Nath respondeu, olhando para o chão – É que tenho algo
para falar.
Afastei meus braços dele, cruzando-os em meu corpo. Por instinto
fiz isso, pois coisas ruins passaram em minha cabeça. Sua expressão não era de
que suas próximas palavras pudessem me machucar, mas só de ver o seu rosto
sempre feliz estando sério, meu estômago revirou.
Minha mente, que facilmente é controlada pelo meu pessimismo,
implantou imagens de Nath tendo uma amante, de que ela estaria grávida, mas que
no fundo ele era gay.
Meus lábios ficaram secos só de sonhar com isso...
– Deixa isso para depois, amor... – falei tentando impedi-lo de
destruir aquela noite.
– Mas eu tenho que falar! – seu tom de voz foi agoniado, mas pela
primeira vez vi-o sorrindo de leve, feito um bobo, olhando para mim – É
importante para nós dois.
Aliviei só de vê-lo sorrir e com a maneira como disse a última
frase.
– Tudo bem. – falei, tentando empurrar Nath vestido de rosa com
uma loira do nariz esquisito grávida ao lado...
– É que... – ele mordeu os lábios voltando a ficar sério, sua
respiração estava visivelmente desregulada – É... Lu, eu... É...
– Fala logo! – disse mais alto do que queria, com a curiosidade me
corroendo.
– Lu... Eu te amo.
A cabeça de Nath estava meio para baixo, mas seus olhos estavam em
mim, delicadamente, analisando minha expressão. Uma felicidade surgiu dentro do
meu corpo e comecei a rir descontroladamente, não pelo o que ele disse e sim
pela coisa ridícula que eu pensei.
Nath nunca faria aquilo comigo!
– Hey! Eu digo que te amo e você ri da minha cara? – ele falou
incomodado, parecendo magoado comigo.
– Desculpa! – me controlei para parar, puxei sua camisa deixando-o
perto de mim, desfiz o laço que estava em seus braços cruzados e abracei pelo
meio de seu tronco, Nath não retribui e seus olhos fugiam dos meus – Eu estava
pensando outras coisas, coisas nada a ver com o que você acabou de dizer. – ele
sorriu como se soubesse quantos absurdos poderiam passar na cabeça de Lucy
Mason – Você simplesmente me pegou de surpresa! – disse feliz estampando em meu
rosto o melhor sorriso que poderia lhe dar.
– Tudo bem... – ele disse convencido, abraçando, dessa vez, minha
cintura. Seu corpo se inclinou para o meu, nossos lábios quase se tocando.
– São as três palavras mais bonitas que alguém pode ouvir em uma
vida... – comentei pensativa, suas íris avelã e atraentes vidradas em mim, seus
braços agora aqueciam o frio que estava antes – E não vejo a hora de dizê-las
para você.
Seu nariz roçou no meu delicadamente e novamente a expressão boba
o dominou, seus dentes muito visíveis lhe deixavam com jeito de criança e
parecia que o menininho que havia conhecido quando criança nunca tinha
crescido.
Pensando nisso, recebi seu beijo e senti-o satisfeito com minhas
palavras. Nath preferia esperar para ouvir o meu ‘eu te amo’ do que escutá-lo
agora e não ser sincero como foi o seu.
Aos poucos ele foi me empurrando lentamente para trás, deixando
meus pés darem alguns passos até meu corpo se encostar no automóvel, que não
estava tão distante de nós. Uma das mãos do Nath pousou em minha cabeça,
inclinando-a e deitando-a quase no teto, enquanto sua palma amortecia. Seu
outro braço me aconchegava próxima a ele, de um jeito arrepiante e atraente.
– Não Tom! Camaleões são melhores que lagartos!
Nossas bocas se separaram e um estalo ficou no ar, mas foi
instantaneamente abafado pela voz de Vicky e Tom:
– Claro que não! Camaleões tem olhos estranhos, são feios! – ele
disse de volta para a namorada, a discussão parecia muito importante para os
dois...
– Mas camaleões se disfarçam, lagartos não!
– Mas eles parecem dragões e não uma parada gay feito o camaleão!
– E você jura que os lagartos são tipo o Dragão de Komodo?
– Não tô dizendo isso...
– Dragão de Komodo é assustador. – comentei baixo, me lembrando
dos seres que parecem lagartos tamanho GG.
– Eu não sei nem o que é isso! – Nath disse no mesmo tom de voz
que eu, me fazendo rir.
Olhei a discussão dos dois que parecia que duraria muito, e o frio
estava começando a voltar, me preparei para intervir:
– Agora chega! – falei me afastando do Nath e colocando as mãos na
cintura – Já para o carro Zangado e Mestre! – xinguei-os, olhando para Tom
quando disse Zangado e olhando para Vicky quando disse Mestre.
Sem muito prazer em passar a briga para mim, os dois foram de
cabeça baixa para o carro. Nath gargalhou logo atrás, voltei-me para ele:
– Você também, Dunga!
Tom e Vicky apareceram na janela da parte de trás do carro, dessa
vez rindo do garoto que saiu emburrado:
– Falou a Branca de Neve! – Nath disse zoando com minha cara,
enquanto fechava a porta.
Fomos ouvindo Yeah, Yeah, Yeahs! Deixando-nos animados fora da
festa também. Tom e Vicky esqueceram a discussão sobre lagartos, camaleões e
afins, me deixando feliz, já que aquilo tava tomando um rumo incompreensível.
Quando menos esperei, ao retocar meu batom, percebi os dois se pegando no banco
de trás, silenciosamente, mas de maneira muito... Ér, extravagante, podendo
assim dizer.
Já era 1h da madrugada, mas Londres sempre era movimentada,
demonstrando que em um final de semana ninguém dorme.
Lembrei-me que Max George existia e lhe enviei pelo twitter:
“Estamos indo para casa do Nath. Aguarde-nos, vamos falar com você
xx”
Recebi a resposta:
“Ok! Estou esperando! xx”
Aconcheguei-me melhor no carro, parecia que a noite não teria
previsão para terminar, nem para meus amigos, nem para mim.
* * *
Chegamos a casa do Nath parecendo bêbados que colocavam o rosto
para o lado de fora do carro e gritavam qualquer coisa besta, que para a gente
fazia sentido, mas para os outros não.
– Nathan! – Amy Sanders, auxiliar do lar e ex-babá do Nath disse
ao vê-lo entrar pela sala – Pensei que voltaria mais tarde.
– Preferimos terminar a festa aqui, Amy. – ele disse
carinhosamente, dando um beijo na cabeça da senhora de cabelos brancos – Pode
preparar algum lanche para a gente? Depois pode ir se deitar, creio que não
precisaremos mais de nada.
– Tudo bem, Nathan. O que você quiser só é pedir. – ela disse
atenciosa para Nath, em seguida olhando para gente – Olá, crianças!
– Olá, Senhora Sanders! – respondemos em uníssono, realmente
parecendo uns fedelhos.
– Então! Vamos para o salão de jogos, meu notebook está em algum
lugar por lá. – Nath comentou já indo pelo lado conhecido da casa.
Posso dizer que era nosso cômodo preferido.
– O Max já está esperando a gente. – comentei retirando os sapatos
e pegando-os com as mãos. Assim que chegamos ao salão, Vicky fez o mesmo
colocando-os próximo a uma cadeira da mesa de cartas.
Nath pegou seu notebook e sentou-se no grande sofá preto que
cobria uma meia parede inteira. Digitou qualquer coisa por lá, colocou-o para
carregar e enquanto isso nos acomodamos. Eu no chão, Vicky e Tom sentados logo
a cima, com Nath no meio:
– Pronto! – ele exclamou e apoiou o notebook na mesa de centro, em
frente ao sofá, sentando-se no chão, em seguida, ao meu lado – Ele já estpa on,
só falta esperar a conexão.
– Estou curiosa para saber se aconteceu algo na festa depois que a
gente saiu. – Vicky disse cruzando as pernas e quase batendo em minha cabeça.
– Não há nada que aconteceu na festa que não possamos fazer
aqui... Em algum quarto. – Tom comentou, aproximando seu rosto do dela para
beijar.
Vicky o olhou com desprezo:
– Pênis do Tom sendo ignorado nesse exato momento. – ela fez uma
voz eletrônica, causando risadas em mim e em Nath, mas deixando o namorado
seriamente revoltado por ter de se contentar sexualmente de outro jeito.
– Hey amarelos!
Ouvimos a voz do Max e rapidamente nos voltamos para tela:
– MAXZINHO!
Fui a primeira a gritar aproximando meu rosto da pequena câmera do
notebook e fazendo biquinho para beijo, ele riu, Nath disse:
– Sem intimidades, Lucy Mason. – e voltou-se para tela também – E
aí cara de cu! Como está?
– Melhor do que os dois gays que estavam em sua festa! – ele disse
rindo – Oi Tom, oi Vicky!
– Oi, Max! – eles responderam juntos, Vicky resmungou por ter sido
a segunda vez em pouco tempo que isso acontecia.
– Que história de gays é essa? – Nath perguntou assustado,
inclinando-se sobre a mesa de centro.
– Dois caras estavam se ‘bulinando’ – ele fez aspas com as mãos –
Tinha um preconceituoso lá no meio que começou a puxar a corda do ‘vai se comer
em outro canto, bando de viado’.
– God! – exclamei irritada – Só é o gato sair... – olhei para Nath,
que nem esperou eu completar a frase para fazer uma pose de quem se acha – Que
os ratos fazem a festa.
– Mas rolou morte? – Tom perguntou todo sanguinário.
– Não. – Max ajeitou uma toca cinza que cobria sua carequinha,
estava de camisa regata, e nem mesmo parecia seu jeito nerd de se vestir – Eles
se beijaram no meio de todo mundo, fazendo os que gritavam calarem a boca. Aí
uma dançarina gritou ‘cuidem de suas vidas’ e depois beijou outra dançarina.
– WOW! – gritamos juntos de novo...
– Por que a gente está na sua casa mesmo? – Vicky disse revoltada,
dando um leve chute nas costas do Nath.
– Vou fazer o favor a sua curiosidade e abrir uma janela com a
câmera da festa. – ele disse – Já voltamos a falar com você, Max.
– Ok.
E enquanto Nath arrumava para vermos como estava indo a festa
ouvimos:
– Max! Esse hidratante é de que?
Um silêncio ficou entre nós.
Nath acabou rapidamente de fazer o que estava fazendo e voltamos a
olhar a cara de taxo do Max. Ele não estava só, e aquilo não era a voz da
Senhora George:
– Que hidratante? – ele perguntou receoso, já percebendo que o
encarávamos.
– O do quarto da sua mãe! AH, É LARANJA!
– DEIXA AS COISAS DA MINHA MÃE AÍ! – Max gritou de volta parecendo
agoniado – Já volto.
Ele disse e sumiu pelo quarto. Ficamos com cara de bestas, olhando
sua cama que vinha logo atrás, um pouco bagunçada.
– NÃO! DEIXE-ME PASSAR, MAX! DEIXA DE SER CHATO!
Continuamos a prestar atenção na briga até que Tom disse:
– Nova Iorque muda pessoas! Eu nunca imaginaria Max com uma garota
em casa.
Concordei com a cabeça. Curiosa, olhei para Nath, ele parecia
pensativo:
– Eu conheço essa voz... – ele comentou franzindo a testa.
– COMO ASSIM FESTA E NINGUÉM ME CHAMA?
Voltamos a atenção para a tela. E sim, Nath tinha razão, a voz era
conhecida, conhecida até demais:
– KATY! – Nath gritou.
– Óbvio! Como eu não pensei nisso antes. – Vicky disse baixinho
atrás de mim.
Só eu que nunca ia me lembrar daquela criatura?
– Sai daí, não era para você aparecer! – Max disse empurrando a
garota para o lado e sentando-se novamente na cadeira, tentando tapar toda a
visão que vinha atrás dele.
– O que ela está fazendo aí? – perguntei curiosa, querendo rir.
– Nada. – ele disse emburrado.
– Na verdade... – dessa vez foi ela que empurrou, Max arrastou-se
para longe com a cadeira de rodinhas, Katy aproximou o rosto da câmera,
causando uma imagem engraçada do seu rosto – Vim dormir com ele.
– Dormir com ele? – Tom falou assustado – Por acaso Katy é uma
prostituta?
Vicky começou a rir descontroladamente, enquanto Nath segurava o riso
e retirava os sapatos, assim como as meias, eu simplesmente voltei-me para Tom
louca para ver a reação quando lhe contasse quem era:
– Ela é a prima do Nath.
– CASSETE!
Ele gritou e colocou a mão na boca em seguida, ouvimos a risada do
Max vinda do notebook.
– Quem é esse ser que me chamou de prostituta? – ela disse
revoltada, puxando a cadeira de Max e sentando-se em seu colo, ele carregava as
bochechas vermelhas no rosto tímido.
– É o Tom. – Vicky disse – Meu irmão de criação e atual namorado.
– NAMORADO? – Max falou impressionado – Só é eu ir embora para
todo mundo se entender!
– Cala a boca! – Katy disse dando um tapa em sua barriga – Ele tem
cara de puto!
– Puto queima rosca ou puto pega de jeito? – perguntei curiosa,
Tom pareceu se incomodar com cada parte da conversa que envolvia sua pessoa.
– Puto pega de jeito. – ela cruzou os braços e fechou os olhos –
Mas só por ter me xingado acaba de virar puto queima rosca! – mais uma vez
rimos e ela continuou a falar – Cansei de suas caras. Tchau!
E saiu do colo de Max, deixando-o nos encarando sem saber o que
dizer. Katy jogou-se na cama de trás. Vimos suas pernas se levantarem e
descerem. Ri por ela ser tão besta como o Nath:
– Depois você vai me explicar essa história, Max George. – falei
cruzando os braços, desafiadora, enquanto percebi sua garganta mexendo-se por
alguma quantidade considerável de saliva.
Duas batidas surgiram na porta fechada do salão.
– Pode entrar! – Nath disse levantando-se – Obrigado, Amy!
– De nada, Nathan! – ela falou entregando uma bandeja com uma
jarra de suco e uma tigela de vidro – Seus pais pediram para avisar que só
voltam amanhã a noite. Foram para casa do seu tio Henry.
– Ah! Tudo bem, eles comentaram algo comigo. Agora pode ir dormir.
– mais uma vez ele beijou sua cabeça – Boa noite!
Ela sorriu e foi em passos curtos para a porta. Antes de fechá-la
acenamos como despedida.
– Sequilhos! – falei emocionada enchendo minha mão de bolinhas
brancas, enquanto braços passavam por mim.
– Daqui a pouco você vira um bolinho em pessoa! – Nath disse
rindo, Max nos olhava com vontade de comer, Tom derrubou suco na bandeja quando
foi colocar num copo para Vicky – Você passou a semana inteira comendo... – ele
parou de boca meio aberta, deixando a gosma branca do bolinho para o lado de fora,
seus olhos concentrados em pensar – Para ser sincero eu também comi muito...
– Então não fale de mim! – resmunguei e me voltei para Max – Como
estão as coisas em Nova Iorque? O que você fez hoje?
– Nada de útil! – ele falou apontando para Katy que agora jogava
um travesseiro para cima.
– Eu ouvi isso, Max George! – ela falou enquanto ele revirava os
olhos – Faz o favor de sair da frente do computador? Quero aproveitar a cama
com você. Mesmo que não seja sexualmente... – então Katy se sentou e vimos seu rosto
de tarada.
– Se ficarmos aqui veremos filme pornô grátis? – Tom perguntou
provocando a garota de novo.
– Como assim filme pornô? – ela falou saindo da cama e voltando a
ocupar a visão da câmera – Tá pensando que eu sou o quê? Eu sou virgem e pura!
– Virgem talvez, já pura... – falei irônica, Nath riu
descontroladamente.
– Sempre com piadinha chatas Lucy biscate! – ela disse irritada.
– Sei que você me ama. – completei sorrindo e me lembrando da
intimidade que eu e ela criamos na viagem a Miami, assim como aconteceu com a
Vicky.
– Eu sou virgem, mas isso não quer dizer que eu não usufrua das
outras partes boas de não se dar a vagina... – ela falou como se fosse uma
simples aula de como ser santa.
– Ai que vergonha... – Max se encolheu na cadeira cobrindo a cara,
Nath apenas ria da timidez do outro.
– Só para você ver o que foi arranjar, Max! – Vicky disse – Uma
virgem desvirginada mentalmente!
– Dá para pararem de falar da minha intimidade sexual? – Katy
gritou – Nenhum de vocês vai me comer! Só o Maxzinho...
– Menos. – ele olhou com tédio para ela.
– Menos gente feia e mais ação, George! – Katy falou empurrando
sua cadeira para longe do computador, comi mais alguns bolinhos distraída –
Tchau gente de Londres, porque eu vou fazer uma festinha aqui em Nova Iorque!
– TCHAU GEN...
Max George
disconnected.
Nos entreolhamos achando aquilo muito psicodélico. Tomei um suco
olhando para os outros que fizeram o mesmo, voltei meus olhos para Nath e os
seus dentes começaram a aparecer em sua boca, uma risada alta ecoo na sala e
caímos na gargalhada junto a ele:
– Deus! Essa noite está surreal! – falei deitando minha cabeça na
perna da Vicky, que pousou seu copo de suco gelado na minha testa.
– Quem diria.... O Max... – ela disse me encarando, impressionada.
– Pode ter certeza que tudo começou pela Katy. – Nath disse e
senti sua mão em minha perna, olhei-o.
A socialização pela noite toda havia sido muito boa, mas pelos
olhos do Nath e pela sensação que percorreu em meu corpo pelo seu toque, estava
na hora de particularidades.
Pousei meu copo de suco na pequena mesa e me levantei, estendi a
mão para o Nath que compreendeu o que eu queria e ficando de pé, falei:
– Agora me dêem licença que vou satisfazer meus prazeres
corporais.
Nath fez uma pose provocativa, e gay, para mim, enquanto Tom e
Vicky se entreolharam com sorrisos sacanas no rosto.
– Boa noite. – Nath disse educadamente.
Saímos do salão de mãos dadas e logo falei:
– Por onde é que a gente começa?
– Que tal pela boca?
Nath encostou-me contra a porta, que havia acabado de ser fechada,
enquanto eu permitia sua língua me tocar avidamente, a minha retribuindo logo
em seguida. Sorri imaginando a reação das duas pessoas lá dentro ao verem a
porta balançando com cada movimento nosso.
Suas mãos pressionaram minha cintura contra a sua, nossos pés
começaram a andar nos guiando a escada próxima que nos levaria ao seu quarto.
Meu quadril se misturava com o seu e a cada passo o beijo se
tornava mais intenso, assim como o contato entre as partes baixas.
Eu desejava aquilo desde o início da noite, e estava começando a
satisfazer cada desejo meu.
Nath tocou a parte de debaixo do seu pé descalço na escada, quase
caindo para trás. Rimos e inesperadamente ele pegou-me em seu colo, partindo
nosso beijo momentaneamente, apenas para que eu enlaçasse minhas pernas em seu
corpo e ele começasse a subir de frente. Minha cabeça inclinou-se para a dele e
foi sua vez de deixar minha língua entrar pela sua boca quente e viciante.
Segundos depois senti meu corpo em um plano, ainda em seus braços.
Nath caminhava perto da parede, concentrado no que fazíamos com a boca, mas
sendo torturado pelo que o meu corpo fazia embaixo, pressionando seu órgão com
alguns movimentados atrevidos. Meus dedos fugiram de seus cabelos assanhados e
tocaram a parede, deslizando por cada porta que passava por nós. Contei até a
terceira e segurei-me no portal, Nath parou e me empurrou contra ela, enquanto
minha mão livre abria a maçaneta.
Entramos no quarto e rapidamente senti o cheiro cítrico que
transbordava do corpo do Nath, causando uma aflição sempre que estava ao seu
lado, querendo, cheirar, lamber e sentir cada parte de sua pele.
Meus pés tocaram no chão e um dos seus fechou a porta, um estrondo
soou pelo cômodo, mas nem por isso tirou a atenção das nossas deliciosas obrigações.
Fiquei de costas afastando meus cabelos, dando lhe permissão de provar a minha
nuca e logo ele fez o que desejei, apertando meu bumbum contra sua parte
íntima. Enquanto me empurrava para frente, fiquei de olhos fechados, entregue
ao que fazia atrás de mim, arrepiada, sentindo seus lábios molhados. Minhas
coxas tocaram em uma madeira reta, abrindo os olhos reparei que estávamos em
sua mesa de computador.
Nath me virou para ele, sentando-me e puxei-o pela calça,
deixando-o entre minhas pernas. Minha boca tocou seu pescoço, chupando-o, suas
mãos começaram a abrir o zíper traseiro do meu vestido, enquanto as minhas
desabotoavam rapidamente a sua camisa preta, e a cada contato do meu dedo com
parte de sua pele me fazia querer prová-lo mais profundamente.
Meus seios ficaram a mostra e meu vestido vermelho foi jogado de
lado, sua cabeça inclinou-se beijando meus ombros e descendo de maneira
torturante. A palma de sua mão aconchegou uma das minhas partes agora visíveis
e a sua língua encarregou-se da outra. Mordi meus lábios com o primeiro contato
mais interessante da situação.
Meu corpo, não satisfeito com a diferença de roupas entre nós
dois, obrigou-me a desabotoar agora a sua calça. Sua respiração quente que
batia em minha pele causava arrepios e meus pés começaram a deslizar sobre suas
coxas. Sua skinny desceu pelas suas pernas, me sentei mais a ponta e seu órgão
ereto entrou em contato com o meu, ainda cobertos por panos irritantes.
A sua mão que massageava começou a descer, dedilhando minha
barriga, fazendo movimentos circulares em meu umbigo até entrar intimamente em
minha lingerie não mais seca. Seus lábios subiram para os meus, abafando os
leves gemidos que saíram da minha garganta quando o seu indicador penetrou uma
das partes mais excitantes do corpo feminino.
Para não ficar para trás, encaixei minhas mãos por dentro de sua
boxer, tocando o famoso Albert, que logo entraria em cena. Nath partiu o beijo
me encarando, admirado, e sorri provocativa para ele, seu movimento entre
minhas pernas aumentou e gemi em seu rosto. Aquilo pareceu excitá-lo mais, pois
quando sua boca voltou para a minha a coisa estava tão intensa que qualquer um
poderia sair machucado daquela briga entre línguas.
Uma masturbação ocorria entre nós dois, de uma maneira que
poderíamos nos satisfazer por completo apenas com aquilo. Mas não era o que
queríamos. Permiti-me gozar e Nath disse sem fôlego em meu ouvido:
– Não aguento...
E fazendo-me parar o trabalho, tirou a minha calcinha, depois sua
calça e sua cueca, sentou-se na cadeira do computador e foi a minha vez de agir
saindo da mesa. Ajoelhei-me no chão entre suas pernas, beijando sua barriga.
Nath mexeu numa gaveta qualquer, me entregando uma camisinha, abri-a e
permitindo alguns poucos contatos entre minha língua e seu pênis, coloquei o
preservativo sendo fiscalizada por ele.
Meu corpo começou a subir sobre o seu até tocar em sua boca. Parti
o beijo e Nath empurrou sua cadeira para mais perto da mesa, fiquei de costas,
e apoiando-me na superfície posicionei minhas pernas, as dele entre as minhas,
uma de suas mãos segurava minha cintura, a outra seu órgão, e ao poucos fui
descendo, sentando-me e sendo penetrada. Um suspiro saiu de dentro de mim,
segundos depois eu já não precisava me apoiar na mesa, pois estava sentada em
seu colo, no lugar correto, estando completa pelo local em que faltava ser
preenchido.
Nath passou o seu outro braço livre ao redor de minha cintura,
ainda assim dando liberdade para que eu começasse a me movimentar lentamente,
para que nós dois pudéssemos desejar que aquilo ficasse mais apressado. Minha
primeira subida causou um leve gemido vindo de sua boca, e senti sua testa
encostar-se a minhas costas, quando desci foi minha vez de gemer, e assim tudo
se seguiu, revezando entre rápido e lento, entre desejo e realização, prazer e
tortura...
Meu corpo ficou molhado de suor, e mais atrevido Nath retirou seu
braço que estava ao redor de mim, descendo seus dedos em minha barriga e
tocando em mais uma parte íntima minha, rapidamente contraí a parte penetrada e
novamente veio um gemido forte dos dois. A partir daí a situação saiu do
controle, meus movimentos se tornaram descoordenados, assim como seus dedos que
pressionavam e faziam movimentos circulares em mim. Nossas respirações entraram
numa sintonia de pressa e quando menos esperei meu corpo arrepiou-se por
completo, uma tremedeira subiu em mim e cheguei ao êxtase finalmente, mais
demorado do que o último.
Continuei o meu trabalho mais dedicada ao Nath e foi a sua vez,
apertando minha cintura de maneira dolorosa e soltando um forte ar quente que
saiu de sua boca, que estava entreaberta, tocando a minha pele.
Deixei-me relaxar, me inclinando sobre a mesa a frente, meus olhos
fechados. Nath retirou sua mão mágica de mim e seus dedos que me apertavam
desgrudaram de mim. Uma sonolência surgiu e joguei meus cabelos para trás,
resistindo a tentação de pegar no sono ali mesmo. Nath retirou seu membro, em
seguida alisando as laterais das minhas coxas e beijando a divisão das minhas
costas, fazendo-me dar um leve sorriso, mesmo que não fosse possível ele ver.
Passamos alguns segundos assim, apenas nos normalizando, até que
finalmente me levantei e voltei-me para ele, quase sem prestar atenção em seu
rosto, pois estava achando muito boa a sensação de deixar meus olhos fechados.
Dei um selinho e recebi um carinho na bochecha:
– Preciso de um banho. – falei num sussurro, com meu rosto perto.
– Ok. – sua cabeça balançou e seu nariz roçou no meu – Já vou para
lá também.
Dei mais um selinho e fui me arrastando nua até o banheiro. Só
então abri os olhos e reparei o meu corpo afetado pelo o que tínhamos acabado
de fazer. Minha maquiagem borrada, principalmente o batom vermelho, meu cabelo
grudado na testa, a mão do Nath estampada em minha cintura. Reparei aquilo e
comecei a rir descontroladamente. Ele não havia me machucado em nada, mas quem
me visse daquele jeito ia pensar que eu era uma sadomasoquista drogada.
Peguei um algodão e comecei a limpar meu rosto, tentando não rir
mais, mas não deu. Assim que Nath entrou no banheiro gargalhei alto:
– Que foi? – ele perguntou assustado, me encarando.
– Sua boca!
Apontei meu dedo em sua cara e Nath virou-se para o espelho,
gargalhou tão ridículo quanto eu:
– Por isso que eu gosto do seu batom! – ele exclamou se analisando
borrado, fazendo um rosto sexy para si.
Sorri mais uma vez voltando a me dedicar ao trabalho de antes,
agora passando um demaquilante, que havia deixado em cima do balcão para os
dias que fosse dormir em sua casa. Nesse tempo Nath se livrou da camisinha e
ligou o chuveiro, ajustando a água. Ele entrou no box e ficou me esperando:
– Vai ficar deixando a água cair? – falei com a mão na porta de
vidro, antes de entrar.
– Você sabe que eu odeio isso. – ele apontou para a ducha – Vai
você primeiro!
– Ai, homem açúcar!
Xinguei-o e me esgueirei ali por dentro, sentindo rapidamente a
água morna tocar meu corpo. Nath se colocou em minha frente, embaixo do
chuveiro e era uma visão realmente bonita vê-lo começar a se molhar, aos
poucos, uma fumaça subindo ao nosso redor. Nath envolveu minha cintura, levei
meus dedos até seu rosto e comecei a limpar a parte manchada de batom, enquanto
ele me olhava tranquilo, permitindo fazer aquilo por quanto tempo quisesse.
Seus cílios molhados e seus olhos avelã me deixavam com cara de
boba admirada, principalmente porque ficava passando em minha cabeça o que
fizemos minutos atrás. Vi-o sorrir do nada, provavelmente tão perdido em
pensamentos como eu:
– O que a gente teve... – seus dedos desceram em meu rosto e
ficaram brincando com meus lábios – Só me deu mais certeza do que te disse.
Contorci-me todinha tentando segurar minha felicidade mais não
deu, pulei naquele garoto e tasquei um beijo na sua boca tentadora, sem nenhum
pudor por estarmos pelados. Tinha hora que éramos tão inocentes que a
esfregação poderia começar e continuaríamos a contar unicórnios saltitantes.
Após largá-lo, fazendo um favor a nós dois de devolver ar aos
nossos pulmões, tomamos um banho decente, a altas horas da madrugada, com
direito a cabelo molhado e tudo. Lavei os dele e Nath lavou os meus, mais
contente que eu só porque o meu é mais comprido. Ensaboamo-nos e quase derrubei
todo o sabonete líquido, deixando o chão perigosamente escorregadio.
Pulamos para fora do box e nos envolvemos em toalhas, rindo do meu
olho vermelho em que ele deixou bater xampu. Nath pegou roupas no closet,
enquanto recolhia as nossas antes usadas que haviam ficado jogadas pelo chão.
Dobrei todas e coloquei sobre a poltrona. Ele entregou-me uma boxer preta e uma
camisa branca. Me enfiei pelos trajes com felicidade por algo a mais ter me
aquecido, e depois permiti-o que calçasse algumas meias em meus pés. Ele também
se contentou com meias feito as minhas e uma samba canção rosa com traços azuis
fininhos, realmente gay.
Nos jogamos na cama, nem mesmo tive coragem de pegar Bruce, e
pegamos no sono de qualquer jeito desajeitado pelo cansaço que havia em tudo o
que fizemos no dia.
* * *
Abri meus olhos e me deparei com os dele já me encarando:
– Bom dia! – Nath disse sorridente, um cheiro de hortelã invadiu
meu nariz.
– Bom dia... – respondi sonolenta e cobrindo minha boca com o
lençol para que ele não fosse obrigado a sentir nenhum cheiro desagradável que
saia dela.
Vi-o se movimentar na cama e aproveitei para esfregar meus olhos
nesse tempo, Nath voltou com uma balinha explicando seu cheiro de hortelã e
então me lembrei que em seu criado mudo tem uma tigela de vidro repleta disso.
Garoto esperto...
– Sonhei com você. – ele disse carinhoso, observando eu abrir a
balinha e colocá-la na boca.
Nesse tempo pensei no que sonhei:
– Eu sonhei com uma girafa! – falei franzindo a testa.
– LU! Era para você dizer que sonhou comigo! – Nath fez uma voz
revoltadamente engraçada.
– Ah! É? – disse sem jeito tentando pensar em algo para me redimir
– Oh! Nath, nem se preocupe! A girafa era a sua cara!
Nem foi preciso esperar dois segundos para vê-lo gargalhar de um
jeito que só Nathan Sykes sabe fazer. Aproveitei seu momento de distração e me
movimentei preguiçosamente até subir por completo em seu corpo, juntei minhas
mãos em seu peito, colocando uma sobre a outra e deixei minha cabeça
acomodar-se nelas, observando-o, meus olhos piscando constantemente, como
quando bebês fazem ao paquerar.
Nath me olhou sorrindo tentando ainda se recuperar do meu jeito
imbecil de se sair de uma mancada. Deixei-o arrumar meus cabelos bagunçados:
– Quero mais. – falei do nada, encarando-o.
– Como? – ele disse com a mão parada nos fios que estavam em minha
testa. Seu rosto era de quem tinha entendido, mas estava louco para ouvir de
novo, e de novo...
– Você sabe do que estou falando. – provoquei colocando uma de
minhas pernas entre as suas.
– WOW, LUCY MASON! – ele fez o favor de gritar e segundos depois
era eu quem estava por baixo, seu tronco fazendo pressão sobre o meu até que
suas mãos apoiaram-se no colchão, nossas pernas encaixadas corretamente e nem
um pouco besta Nath fez o primeiro sinal colocando seus dedos em minha parte
íntima, por cima da boxer, e inclinando seu corpo falou num sussurro tentador
em meu ouvido – Adoro quando você pensa o mesmo que eu...
Nem preciso dizer o que veio depois disso não é mesmo?
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